sábado, 27 de novembro de 2010

O Morro dos Ventos Uivantes





É lamentável que muita gente tenha começado a ler O morro dos ventos uivantes, da Emily Brontë, apenas pela referência feita em um dos livros da série Crepúsculo, onde a Bella está fingindo que lê o livro e agora as adolescentes fanáticas querem fazer o mesmo, mas enfim. Para quem leu realmente o romance da inglesa Emily Brontë, se deixou mergulhar na história e conhecer a vida - geralmente - cruel de Morros Uivantes, vamos aos comentários.
Em primeiro lugar, não sei até hoje se odeio ou se amo o inflexível Heatcliff, o garoto adotado pelo Velho Earnshaw e que sofreu maus tratos e foi humilhado durante toda a infância pelo "irmão" Hindley, o verdadeiro filho do dono de Morros Uivantes. Assim, Heatcliff foi se tornando amargo, frio, cruel e, muitas vezes, podemos atribuir a ele o adjetivo desumano. Ainda na infância, se apaixonou por Catarina, a filha do Velho Earnshaw, mas por seus modos quase selvagens e pela pouca educação, sentiu-se rejeitado e acuado pela elegância e requinte daquela que deveria ser sua irmã. Bom, é difícil explicar, mas a partir daí desenvolve-se um romance violento, sofrido e cheio de amarguras.
Algumas vezes, senti profunda raiva e desprezo pelo assustador Sr. Heatcliff, mas ao concluir a última página do livro, não pude deixar de sentir uma inexplicável admiração pelo carrasco da história. Algumas vezes, eu sei, escondemos nossos verdadeiros sentimentos atrás de máscaras, erguemos barreiras ao nosso redor e nos acostumamos a sofrer com a dor da ausência da pessoa que amamos, pois talvez assim nos conformemos com a realidade. A realidade de que aquela pessoa jamais será nossa, de que nosso amor jamais poderá ser aceito. Talvez, Heatcliff estivesse tentando esquecer seu sentimento por Catarina enquanto a fazia sofrer e enquanto torturava a si próprio.
Enfim, leiam e tirem suas próprias conclusões. O romance é ótimo, instigante, e você não consegue parar de ler em alguns momentos.

Uma passagem que gostei:
"Todas as relíquias dos mortos são preciosas, se nos eram êles caros quando vivos." (p. 130)

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